Prezado Senhor Presidente do Conselho!
Estimados embaixadores!
Senhoras e senhores!
Quero cordialmente saudar a todos e expressar minha profunda gratidão pela oportunidade de dirigir-me a vocês. Estou em uma visita oficial aos Estados Unidos da América a convite do Presidente Clinton. Esta é minha primeira visita oficial aos Estados Unidos da América como presidente do Azerbaijão. Quero expressar meu profundo respeito pela ONU e naturalmente falar acerca da situação atual do Azerbaijão. Este é o meu segundo dia de visita a esta que considero a mais importante organização internacional.
Eu já tive uma reunião com o senhor Koffi Annan, o Secretário Geral das Nações Unidas. Ontem me reuni com os membros do Conselho Permanente e hoje estou aqui me dirigindo a vocês, representantes dos países permanentes no conselho da ONU.
Estou profundamente grato por esta oportunidade e quero em especial agradecer ao setor islâmico da ONU por esta iniciativa.
Eu gostaria de usar esta ocasião para fornecer algumas informações sobre o Azerbaijão, seus avanços e desafios atuais e naturalmente reservar um tempo para suas perguntas.
Como as outras repúblicas da antiga União Soviética, o Azerbaijão conquistou sua indepedência depois da desintegração daquela instituição. A conquista da independência foi um enorme evento histórico para o Azerbaijão. Por causa disso, estamos determinados a preservar nossa soberania e a não permitir nenhuma forma de dominação estrangeira sobre nosso país.
Desde a sua independência, o Azerbaijão tem adotado várias políticas direcionadas a construir um Estado secular, democrático e fundamentado nos princípios do Direito internacional. Temos levado adiante reformas democráticas em todas as esferas da sociedade. Um referendo nacional adotou a primeira Constituição democrática do país em 1995. Em novembro daquele mesmo ano, realizamos a primeira eleição democrática em um sistema pluripartidário. O Parlamento atual tem representantes de 8 partidos políticos diferentes e tem atuado ativamente como corpo legislativo.
A Constituição do Azerbaijão protege todos os direitos humanos e dedica um terço do texto para descrevê-los. O pluripartidarismo e a liberdade imprensa são garantidos na Carta. Existem mais de 30 partidos políticos e um grande número de outras instituições político-sociais e organizações não - govenamentais que são registradas oficialmente no Azerbaijão. Há mais de 600 jornais e periódicos publicados no Azerbaijão; a maior parte deles pertence a organizações diversas, empresas particulares e partidos políticos. A maioria destas publicações pertencem a partidos e organizações de oposição.
O Azerbaijão é um País multi - étnico. Há garantias aos direitos humanos, à expressão religiosa e à liberdade de consciência. Existem direitos igualitários a todos os indivíduos, independente de suas orígens étnicas.
O desenvolvimento econômico do Azerbaijão segue de acordo com os parâmetos que determinamos na nossa política econômica. Esta política é a construção de uma economia de mercado. Todos os setores de nossa economia estão passando por profundas reformas. As propriedades e empresas estatais estão sendo privatizadas. Adotamos uma lei com relação a terras de propriedade estatal que determina que todas elas sejam transferidas para a iniciativa privada. Temos criado todas as condições favoráveis pra o desenvolvimento do setor privado no Azerbaijão. A criação e o desenvolvimento de um forte setor privado é um dos mais importantes propulsores de nossa política econômica.
O Azerbaijão tem um política de abertura para capitais estrangeiros provenientes de todos os países do mundo. Recentemente, um grande volume de investimentos estrangeiros foi injetado na indústrias de petróleo e gás como também em outros setores da economia.
A Lei das privatizações permite a participação de firmas, instituições e indivíduos estrangeiros. Em outras palavras, cidadãos não - azerbaijanos podem comprar e possuir propriedades no Azerbaijão como resultado das privatizações.
Estas reformas econômicas, políticas e sociais têm ajudado o país a sair da estagnação econômica que começou em 1988 com o início do colapso da União Soviética. Nós conseguimos reverter este processo em 1996. Com base nos dados econômicos do primeiro sementre de 1997, este será o ano que alcançaremos o maior crescimento em nossa economia e maior progresso nos indicadores sociais. Este resultado, é sem dúvida alguma, uma consequência das reformas econômicas e sociais. Estas reformas nos permitirão elevar rapidamente a qualidade de vida de nossa população.
Ao mesmo tempo, o Azerbaijão enfrenta um grande número de problemas. O mais complexo de todos eles é a agressão da Armênia contra nossa nação. Como vocês todos sabem, este conflito começou em 1988 quando ambos, Azerbaijão e Armênia, eram parte da União Soviética. Tudo começou quando a Armênia anexou aos seus territórios uma parte do território azerbaijano, a região autônoma conhecida como as Montanhas de Nagorno-Karabackh. A razão para a agressão é que existiam também armênios residindo na região. Na realidade, quando o confronto começou a população de Nagorno- Karabackh era de 170.000 habitantes, sendo que 70% eram armênios e 30% azerbaijanos. A região de Nagorno - Karabackh era uma região autônoma dentro do território do Azerbaijão e durante o período soviético usou deste status para desenvolver suas instituições econômicas, sociais e políticas. Por isso não havia nenhuma base para o conflito. Contudo, o conflito começou. Eu acho que é possível atribuir o conflito ao protecionismo dos líderes soviéticos de então, pois ao que parece eles assim agiram para agradar os grupos agressivos e extremistas da Armênia.
Infelizmente, mesmo durante o período soviético, entre os anos de 1988 e 1991, todos os esforços para cessar o conflito falharam, desenvolvendo-se então em um conflito armado. E por vários motivos e ao suporte de vários países fornecido à Armênia, as forças armadas deste país conquistaram e ocuparam 20% das terras do Azerbaijão.
A primeira atitude dos armênios de Nagorno-Karabackh foi a expulsão dos moradores de etnia azerbaijana; depois disso, a ocupação completa da região. Então, os invasores extenderam suas operações e capturaram 7 regiões administrativas fronteiriças à região montanhosa de Nagorno-Karabackh. A região ocupada compreende um total de 16.000 kilomentros quadrados da área territorial do Azerbaijão, que é de 86.000 kilomentros quadrados. Isto quer dizer que 20% de nossas terras foram ocupadas.
Esta ocupação resultou na expulsão de toda a população de etnia azerbaijana de suas terras. Atualmente, a maioria deles vive em tendas e barracas espalhadas por todo o território azerbaijano e, obviamente, vivendo sob as maís difíceis condições de vida.
A guerra infligiu enormes perdas econômicas ao Azerbaijão. Dezenas de milhares de pessoas foram mortas e a extensão dos danos à moral da pessoas é imensurável. Todas as residências, prédios da administração pública, hospitais, centros culturais, centrais de infraestura, santuários religiosos, monumentos históricos e artísticos foram destruídos ou saqueados. As atrocidades e a barbaridade perpetradas contra nossa pátria está acima da imaginação humana.
Nós tentamos impedir este conflito e preservar nossa soberania e integridade nacional. Para tanto, em 1994 nós concordamos em assinar um cessar - fogo. Este acordo foi assinado entre a Armênia e o Azerbaijão em maio de 1994. O acordo ainda está vigente e eu o considero a mais importante conquista entre as duas partes em conflito desde que o mesmo foi iniciado em 1988. É preciso destacar que este cessar - fogo está sendo mantido sem a presença de forças internacionais de paz. Ele está sendo mantido tão somente por causa de um acordo entre as partes envolvidas na conflito. Isto é um fator positivo e digno de ser ressaltado.
O grupo de Minsk da OSCE, que foi estabelecido em 1992, é o responsável pela busca de uma solução pacífica para o conflito. A ONU e o Conselho de Segurança da instituição também estiveram enganjados em uma solução para a questão. Quando os armênios ocuparam os distritos azerbaijanos fora da área de Nagorno - Karabackh, o Conselho de Segurança da ONU discutiu o problema em várias ocasiões. E no final de 1992, o Conselho aprovou 4 resoluções - 822, 853, 874 e 884 com relação ao tema. Além destes documentos, o presidente do Conselho fez várias declarações exigindo a imediata e incondicional saída das forças armadas da Armênia dos territórios azerbaijanos. Contudo, a Armênia, que é a responsável pela ocupaçãos dos territórios, não executou nenhuma das resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou as exigências do seu secretário.
Então, o Conselho de Segurança da ONU autorizou a organização OSCE a acompanhar o conflito. Em 1992, a OSCE criou o Grupo de Minsk visando buscar uma solução pacífica para o conflito. Durante todo este tempo, o Grupo de Minsk tem trabalhado ativamente com a questão. Infelizmente, nenhum resultado positivo tem sido alcançado. Em 1994, na reunião de cúpula da OSCE em Budapeste, os delegados discutiram a questão Armênia - Azerbaijão e o conflito de Nagorno-Karabackh. A OSCE aprovou uma resolução, exigindo uma rápida solução para o conflito com bases no princípio de integridade territorial do Azerbaijão e saída das forças armadas da Armênia dos territórios ocupados. Naquela reunião, a OSCE decidiu formar uma força multinacional de paz com vistas à solução do conflito. O problema armeno - azerbaijano com relação a Nagorno- Karabackh foi também tema de discussão na reunião de cúpula da OSCE em Lisboa em dezembro de 1996. Naquela ocasião foram adotados princípios pacíficos para a resolução do conflito. Estes princípios consistiam de 3 partes. A primeira é que a integridade territórial tanto do Azerbaijão como da Armênia seria preservada. A segunda é que a região montanhosa de Nagorno-Karabackh deveria receber o status de região autônoma dentro do território do Azerbaijão. A terceira seria que todas as garantias de segurança seriam asseguradas a toda à população da região em questão. Infelizmente, o documento que foi aprovado por todos os membros da OSCE, com o apoio de 53 países, foi rejeitado pela Armênia. A Armênia simplesmente rejeitou este acordo. Assim, de um total de 54 países presentes, 53 votaram favoralvelmente ao acordo e apenas 1, a Armênia, votou contriaramente. Infelizmente, a Armênia ainda busca a independência da região montanhosa de Nagorno-Karabackh.
Obviamente, nós acreditamos que medidas concretas precisam ser adotadas para o conflito. O Azerbaijão tem sempre adotado uma postura conciliatória com relação à questão. A aceitação dos princípios para uma solução pacífica pelo Azerbaijão na reunião de cúpula de Lisboa é um claro sinal de conciliação de nossa parte. A nossa disposição em elevar Nagorno-Karabackh à condição de região autonôma é também uma importante concessão do Azerbaijão, já que esta acomodação seria feita em detrimento da total soberania e unidade do estado azerbaijano. Entretanto, a Armênia recusa-se a fazer qualquer concesão e repetidamente exige a independência da região montanhosa de Nagorno - Karabackh.
Até mesmo hoje estamos dispostos a fazer concessões, mas não permitiremos a independência da provincia. Nós não podemos permitir a criação de um segundo estado armenio dentro do território do Azerbaijão. É por isso que exigimos que a nossa integridade territorial seja restaurada.
Depois da reunião de cúpula de Lisboa, ocorreram algumas mudanças na liderança do Grupo de Minsk. Atualmente, a Rússia, os Estados Unidos e a França são os líderes deste grupo. Nós damos boas - vindas a esta mudança. Estamos contentes porque se 3 potências mundiais assumirem a responsabilidade de resolver este conflito, eles precisam ajudar na busca de uma solução. E isto, acreditamos, eles são perfeitamente capazes de fazer. E por isso que damos boas - vindas à mudança e colocamos grande esperança na mesma.
No dia 20 de junho durante uma reunião do G8 (grupo das 8 maiores potências mundiais) em Denver, o presidente da Rússia, Boris Yeltsin, o presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton e o presidente francês, Jacques Chirac emitiram um pronunciamento conjunto sobre a necessidade de uma solução pacífica para o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão na questão de Nagorno - Karabackh. Este é um passo positivo e nós estamos aguardando as próximas medidas.
No início de junho, os diretores do Grupo de Minsk apresentaram uma nova proposta. Nós estamos considerando esta proposta e nos reuniremos com eles na região. Estas recomendações consistem de 2 partes. A primeira pede a retirada das forças armadas da Armênia das 6 regiões administrativas do Azerbaijão e o retorno dos milhares de refugiados azerbaijanos para suas terras. A segunda parte estabelece um cronograma para uma definição do status político de Nagorno - Karabackh e de outras 2 distritos azerbaijanos, Shusha e Lachin. Isto representará a desocupação destas áreas e o retorno dos moradores para suas terras.
Estas propostas, sem dúvida alguma, contêm alguns aspectos positivos comparadas com as anteriores. Entretanto, ainda existem alguns pontos que exigem uma elaboração mais detalhada. Existem algumas coisas com as quais não concordamos. A despeito disso, nós ainda respondemos positivamente à esta proposta porque entendemos que ela estabeleceria as bases para acelerar o processo de negociação. No momento, estamos aguardando passos concretos nesta direção.
Eu gostaria de mostrar o que é realmente esta questão. Este é o mapa do Azerbaijão. Aqui vocês podem ver a Armênia; aqui está Nakhichevan, uma província autonôma pertencente ao Azerbaijão. As regiões azerbaijanas em cores diferentes são os territórios ocupados pelas forças armadas da Armênia. O território da região montanhosa de Nagorno-Karabackh está em vermelho. As regiões fronteiriças a Nagorno-Karabackh, que nunca foram parte do enclave e cuja população é totalmente azerbaijana, está em verde. Os territórios de Lachin e Shusha são mostrados em amarelo. Lachin está localizado entre a Armênia e Nagorno-Karabackh.
Os armênios consideram o distrito de Lachin um elo crucial para transporte e comunicação com o enclave. A estrada que liga Nagorno-Karabackh com a Armênia está em preto. Esta é a região de Shusha que se encontra dentro de Nagorno - Karabackh mas que possuía uma população majoritariamente azerbaijana. Shusha é um centro histórico e cultural azerbaijano. Alguns monumentos de Shusha são peças raras da arquitetura e da arte nacional do Azerbaijão. Nós pintamos estas áreas de amarelo a fim de fornecer um quadro mais claro. A recente proposta do Grupo de Minsk está relacionada aos territórios em verde. Quer dizer, de acordo com o plano, as forças de ocupação abandonarão estas regiões, então as forças de paz da OSCE se encarregarão de monitorar as fronteiras de Nagorno-Karabackh tanto do lado da Armênia como do lado do Azerbaijão. Então, em na segunda fase do plano, o status político de Nagorno-Karabackh será determinado e as forças de ocupação se retirão de Lachin e Shusha.
Uma questão constantemente mencionada pela Armênia diz respeito ao corredor que liga Nagorno-Karabackh com o país. Nós sempre concordamos com a existência deste corredor e hoje estamos propondo a sua criação. O corredor passando pelo distrito de Lachin talvez tenha que ser monitorado por forças internacionais de paz. Nós temos alguns sugestões concretas para os parâmetros deste corredor. Assim, debaixo do controle das forças internacionais de paz, o corredor fornecerá uma via segura de comunicação entre Nagorno-Karabackh e a Armênia depois da conquista da paz e da estabilidade.
Com relação ao status político do enclave, nós temos repetidamente afirmado que estamos prontos a conceder ao mesmo o status de região autonôma nos moldes, princípios e leis que regem tais regiões em outras partes do mundo. Existem muitas regiões assim na Rússia. Por exemplo, a República do Tataristão tem a ampla autonomia e direitos de auto-governo dentro dos fronteiras da Rússia. Tais unidades administrativas existem na Europa e em outras partes do mundo. Em outras palavras, esta é uma prática que tem sido usada e testada na história mundial. Talvez possamos adotar alguma destas estruturas e aplicá-la a Nagorno - Karabackh. Contudo, eu gostaria de reiterar que jamais concordaremos com o status de independência de Nagorno-Karabackh. Eu creio que a comunidade internacional não deva permitir uma ação como esta, visto que isto fere os princípios da ONU, viola as leis internacionais e os regimentos da OSCE.
Neste exato instante, vários conflitos estão ocorrendo em várias partes do mundo, sendo que alguns deles são levados adiante por grupos étnicos que buscam independência. Esta exigência não têm sido concedida em nenhum destes conflitos. A concessão de independência não pode e não deve fornecida na questão em debate aqui também, pois já por um tempo os armênios selaram seu destino ao criarem a República da Armênia. Assim, a criação de uma segunda, ou possivelmente uma terceira ou quarta República da Armênia contraria totalmente todos os princípios e as normas modernas do direito internacional.
Esta é a questão que mais nos preocupa. Naturalmente, existem outros problemas a serem enfrentados no Azerbaijão. Por exemplo, em 1992 o Congresso Nacional dos Estados Unidos da América aprovou uma lei injusta contra o Azerbaijão, a qual proibia qualquer ajuda do país ao Azerbaijão. Esta lei foi baseada no argumento de que o Azerbaijão impôs um isolamento geográfico à Armênia. O fato é que a Armênia não está isolada. O país possui sufiecientes vias de acesso ao exterior através do Mar Negro na Geórgia e através de outros países como o Irã. Por causa disso, é falsa a noção de que o Azerbaijão impôs um isolamento geográfico à Armênia. Isto era uma mentira naquela ocasião e continua o sendo hoje.
Se precisarmos discutir a questão do isolamento geográfico, deixe-me dizé-los o seguinte: o Azerbaijão possuía um ferrovia de ligação com a Armênia. Esta ferrovia começava em Baku, seguindo através da fronteira Azerbaijão-Irã, cruzava 40 kilomentros dentro do território armênio até alcançar a província autonôma de Nakchivan. Depois disso, a ferrovia continuava para outras áreas da Armênia. As forças armadas da Armênia ocuparam os distritos azerbaijanos de Fuzuli, Jebrail e Zengilan que estão situados às margens da ferrovia. Então, os armênios destruíram a ferrovia, provocando assim o seu próprio isolamento geográfico. Na realidade, é a província autonôma de Nakchivan que sofre de isolamento. Atualmente Nakchivan não possui nenhuma ligação terrestre, ferrovia ou rodovia, com o restante do Azerbaijão. A região possui apenas ligação aerea com o país. Este bloqueio é um resultado da agressão da Armênia contra nosso país. Estou fornecendo estas informações para que possam ter uma correta idéia da realidade da região.
Finalizando minhas palavras, eu gostaria que soubessem que o Azerbaijão firmemente apoia a iniciativa de uma solução pacífica para o conflito com a Armênia. Estamos comprometidos com a manutenção do cessar - fogo até que uma solução seja encontrada. Resolutamente declaramos que não permitiremos que as operações militares sejam reassumidas. Nós não queremos isso; o que queremos é paz. Queremos resolver este conflito de uma maneira pacífica e estabelecermos uma paz duradoura entre o Azerbaijão e a Armênia. Esta paz irá beneficiar tanto ao povo armênio como ao povo azerbaijano.
O destino estabeleceu que nossas nações vivessem juntas por séculos, talvez milênios. E isto ainda vai acontecer no futuro. Nenhum de nós, azerbaijanos ou armênios, têm planos para se mudar para outra parte do planeta. Nós temos que considerar este fato como fundamento para nossas ações. Não importa quão traumático este conflito seja, ele precisa ser finalizado. A paz precisa ser estabelecida. Isto será benéfico para a Armênia que poderá restabelecer ligações comerciais com o Azerbaijão. Isto será também vantajoso para o Azerbaijão. Entretanto, tudo isto só será possível sob a condição de que a integridade territorial do Azerbaijão seja restaurada; os territórios azerbaijanos sob o controle das forças armadas armênias precisam ser desocupados e os milhões de refugiados provenientes de Nagorno-Karabackh precisam retornar para suas terras. Além disso, a região montanhosa de Nagorno-Karabackh tem que ser mantinda como região autonôma dentro do território azerbaijano.
Nossa posição é firme. Contudo, ainda assim estamos dispostos a fazer concessões no futuro a fim de alcançar a paz. Nós já temos feito concessões; agora estamos esperando os armênios adotorem medidas semelhantes.
Isto é o que queria transmitir a vocês. Eu poderia ter falado sobre outros tópicos, mas eu gostaria de deixar um tempo para perguntas que talvez vocês tenham.
Muito obrigado por sua atenção.
Pronunciamento de Engin Ansay (Líder setor islâmico da ONU): Prezados embaixadores,
Como vocês sabem, esta é uma extensão da reunião dos embaixadores islâmicos com a participação de delegados de muitos outros países. O prezado Presidente Heydar Aliyev fez seu pronunciamento e perguntou se vocês têm alguma outra questão. Se vocês têm alguma pergunta, a palavra está aberta.
Pronunciamento de Nabil El- Arabi (Embaixador do Egito): Eu gostaria de juntar-me aos outros nas boas-vindas ao presidente azerbaijano. Estou contente pela oportunidade que tivemos de ouví-lo hoje e também ontem no Conselho de Segurança da ONU. Na reunião do Conselho de Segurança ele explicou a posição de seu governo, a sua proposta de paz e a atual situação do seu país. Eu gostaria de agradecê-lo por permitirnos escutar seu discurso novamente. Muito obrigado.
Engin Ansay:Quero expressar minha profunda gratidão aos membros do grupo islâmico e ao Presidente Aliyev por seu pronunciamento. Gostaria de assegurá-lo que o grupo continuará considerando as questões levantadas durante o seu discurso.
Heydar Aliyev: Eu gostaria de agradecer a todos os participantes desta sessão por me ouvirem atentamente. Eu vejo nisto apreciação e estima para com a República do Azerbaijão, seus problemas e acima de tudo, pela busca de uma solução de um conflito que é do interesse do Azerbaijão e da Armênia. Minha esperança é que minhas explicações, minhas sinceras e francas palavras e minha descrição de nossa compromisso com a paz possam ajudar a ONU e os países que fazem parte dela a encontrar uma solução para o conflito armêno-azerbaijano. Para tanto estamos utilizando todo potencial da OSCE e do Grupo de Minsk. Contudo, a ONU, como principal organização da comunidade internacional possui um potencial muito maior. Vocês monitoram nossas ações e por isso gostaria que vocês apoiassem uma solução rápida, justa e pacífica para este conflito.