Discurso do Presidente do Azerbaijão Heydar Aliyev na Cerimônia de Abertura da Oitava Exposição e Conferência Internacional "Petróleo e Gás do Mar Cáspio" Complexo de Esportes e Exposições de Baku. 05 de junho de 2001

Prezados participantes desta exposição e conferência!

Prezados convidados, senhoras e senhores!

Quero de todo coração saudar a todos nesta abertura e início dos trabalhos da Oitava Exposição e Conferência Internacional "Petróleo e Gás do Mar Cáspio". Eu desejo a todos vocês muito sucesso durante esta exposição e conferência.

A Exposição e Conferência Internacional "Petróleo e Gás do Mar Cáspio" tem sido realizada todos os anos no Azerbaijão nos últimos 8 anos. A participação nesta exposição, sem dúvida alguma, proporciona uma rica troca de experiências entre as empresas do mundo inteiro que trabalham na indústria petrolífera e de gás natural. Os temas debatidos durante a conferência são de extrema importância para cada participante e para os países envolvidos na indústria de gás e petróleo.

A realização da Oitava Exposição e Conferência Internacional "Petróleo e Gás do Mar Cáspio" no Azerbaijão não é por acaso. Como é do conhecimento de todos, o Azerbaijão é um antigo país petrolífero. O petróleo foi industrialmente extraído pela primeira vez no Azerbaijão, em Baku. Coube ao Azerbaijão e a Baku o lançamento dos fundamentos da exploração deste recurso natural tão necessário para a humanidade em todas as partes do mundo. O Azerbaijão trilhou um longo caminho durante todos estes anos. No passado, um grupo de grandes empresários de todas as partes do mundo e diferentes empresas, que vieram a se tornar poderosas companhias petrolíferas, se envolveram na extração de petróleo no Azerbaijão. Na minha opinião, suas ativadades desempenharam um papel fundamental em todas as partes do mundo.

No início, o petróleo era extraída apenas no solo no Azerbaijão. Não é por acaso que o Azerbaijão é chamado "a terra do fogo". Eu não vou fazer aqui uma extensa explicação desta expressão. Contudo, gostaria apenas mencionar que opinião de nossos historiadores, os poços de gás natural estão fumegando no Azerbaijão desde os tempos ancestrais sem nenhuma intervenção humana. Isto transformou o Azerbaijão na "terra do fogo" e foi exatamente assim que o país ficou conhecido historicamente.

Hoje, uma vez mais posso seguramente declarar que no passado o petróleo do Azerbaijão influenciou o desenvolvimento da indústria petrolífera do mundo inteiro e foi fundamental na criação e desenvolvimento desta indústria em muitos países diferentes. Por causa disso, os petroleiros, pesquisadores e especialistas na indústria petrolífera tem sido sempre motivo de muito orgulho para nós. A pesquisa dos recursos do subsolo azerbaijano, realizada por estes homens e mulheres, promoveu constante descobertas de novas reservas e seus usos.

Está presente conosco hoje e participando desta conferência um dos mais idosos petroleiros de Baku e do Azerbaijão, Nikolay Konstantinovich Baybakov. Este homem tem 90 anos e já trabalhou muito nesta profissão difícil sem nunca abandoná-la até este início de século XXI. Tal feito, que incluí a sua vinda à Baku para a participação nesta conferência de petróleo e gás, não é algo fácil de se alcançado.

Quero dar boas vindas a Nikolay Konstantinovich. Eu te enviei um telegrama parabenizando pelo seu aniversário de 90 anos. Hoje, uma vez mais, aproveito esta oportunidade para parabenizá-lo. Eu creio que juntos também estaremos celebrando o seu aniversário de 100 anos.

Nikolay Baybakov foi ministro do petróleo da ex - União Soviética por 40 anos. Depois disso, assumiu o cargo de vice presidência do governo. Ele já trabalhou muito. Contudo, o que é mais importante para nós é que ele é um dos nossos cidadãos; ele nasceu em Baku e é um filho do Azerbaijão. Ele graduou-se no Instituto do Petróleo do Azerbaijão. Sua vida longa e honrada Comecov em Balakhani, Sabunchu, no Azerbaijão. Depois disso, ele ganhou notoriedade internacional. Eu acho que esta pequena inserção, uma vez mais, demonstra aos participantes desta exposição e conferência quão essencial foi o papel do Azerbaijão na produção de petróleo no passado.

Naturalmente, eu não quero dizer que o Azerbaijão sempre produziu mais petróleo do que os outros países. Não é este o caso. Contudo, o mérito de ter sido o pioneiro no campo de pesquisa geológica e extração de petróleo pertence ao Azerbaijão. O Azerbaijão atual é extremamente orgulhoso destes fatos.

Depois da conquista da independência, uma nova página foi iniciada na vida do Azerbaijão. Eu não quero abordar os aspectos políticos desta questão. Hoje temos aqui reunidos muitos cidadãos de grandes países do mundo. É algo natural que cada ser humano deseje viver em um país livre e indepedente. O povo azerbaijano também tinha o desejo de viver em um país livre, independente e democrático. E durante o colapso da União Soviética, 10 anos atrás, o Azerbaijão conquistou sua independência e soberania nacional. Este evento histórico para o povo azerbaijano também marcou o início de uma nova era na área de produção de petróleo e gás natural no Azerbaijão. Nós iniciamos este estágio durante um período muito difícil. No passado, como parte da estrutura da ex - União Soviética, toda a indústria petrolífera e gás natural era gerenciada a partir de um comando central. Agora, depois da independência, entre outros problemas, se encontrava a tarefa de gerenciamento e produção de petróleo e gás natural, as maiores riquezas naturais do Azerbaijão.

Hoje posso afirmar seguramente que no passado o Azerbaijão como parte da ex - União Soviética, sempre assumiu um papel de vanguarda nesta área. Um outro fato muito importante precisa ser destacado. O Azerbaijão não foi pioneiro apenas na extração industrial de petróleo, mas também o primeiro país do mundo a extrair petróleo das profundezas do mar. Isto aconteceu a 50 anos atrás. Contudo, isto não pôde ser desenvolvido o bastante. Em 1949, os geologistas azerbaijanose seus petroleiros construiram o legendário complexo petrolífero "Rochas de Petróleo". Nesta ocasião, a exploração do petróleo em águas profundas e no fundo do mar foi iniciada pela primeira vez.

Aqui também, o Azerbaijão assumiu a posição de vanguarda. Tudo isso mostra que o Azerbaijão possui vasta experiência e tradição histórica na área de petróleo e gás natural. Naturalmente, depois disso, em outras regiões do mundo grandes reservas de petróleo foram extraídas, com um volume muito maior comparado com a quantidade de petróleo e gás natural extraído no Azerbaijão. Novas tecnologias foram criadas; e naturalmente a produção de petróleo e gás natural aumentou enormemente com o uso delas.

Por exemplo, em uma conversa comigo ontem, a vice - ministra da indústria e recursos energéticos da Noruega, esta linda mulher, comentou que a indústria de petróleo no seu país é muito recente; apenas por 30 anos o país está enganjado na produção petrolífera. É verdade. Contudo, a Noruega é privilegiada porque imensas reservas de petróleo tem sido descobertas no Mar do Norte. E o mais importante é que, usando tecnologias avançadas e de ponta, eles tem conseguido uma grande produção de petróleo e gás natural. Agora, um país pequeno com a Noruega se tornou um grande produtor petrolífero.

Da mesma maneira, é possível falar sobre diferentes países em diferentes partes do mundo. Falando sobre isso, eu quero enfatizar que existem agora no mundo regiões com imensas reservas petrolíferas. O mundo tem uma extrema carência de petróleo e gás natural. Os pesquisadores e especialistas afirmam que a demanda de petróleo e gás natural em escala mundial tende a crescer. E provavelmente, a indústria de petróleo e gás natural não será capaz de crescer no mesmo nível que a demanda. Tudo isto demonstra que a exploração de novas reservas de petróleo e gás em todos os lugares e sua efetiva utilização são necessárias, não apenas para o referido país, mas para o mundo inteiro.

Talvez eu esteja errado em minha opinião e neste caso os especialistas podem me corrigir. Mas eu acho que atualmente e também no futuro, nada será mais valioso e necessário para a humanidade do que o petróleo e o gás natural. Por exemplo, o ferro e outros metais estão sendo substituídos por produtos derivados de componentes químicos. Mas estes materiais são produzidos à base de petróleo e gás. Se não houver petróleo e gás, significa que a produção de tais materiais se torna impossível. A energia atômica foi criada. Mas, é bem fácil pensar ao mesmo tempo em suas vantagens e perigos. É por isso que a necessidade de petróleo e gás natural tende a crescer. Portanto, a exploração e uso de novas reservas petrolíferas e de gás natural em diferentes regiões é uma necessidade mundial, primordial para o futuro da humanidade.

Depois que o Azerbaijão conquistou sua independência, certamente, em primeiro lugar, nós pensamos em nós mesmos, em nossa economia e no nosso povo. Nós pensamos no bem estar de nossa gente. Consequentemente, nós estabelecemos a meta de usar nossos recursos naturais, ainda mais efetivamente do que nos anos anteriores. E nós tinhámos uma razão para isso: Existem muitas reservas ainda não exploradas no setor azerbaijano do Mar Cáspio.

Quando o Azerbaijão conquistou sua independência, nós já sabíamos perfeitamente que o Mar Cáspio era uma das regiões mundo mais ricas em petróleo e gás natural. Isto não era uma conjuntura. Os pesquisadores, geologistas, engenheiros e petroleiros do Azerbaijão, junto com a extração petrolífera, por muitos anos desenvolveram pesquisas que revelaram a existência de muitos novas reservas no Mar Cáspio. Muitos destes homens estão conosco hoje, mas outros muitos já morreram. E que alegria que homens como Nikolay Konstantinovich Baybakov, estão conosco hoje. Mas ainda existem os amigos que já morreram, colegas que trabalharam ombro a ombro com ele em Baku e que auxiliaram nas descobertas das reservas do Mar Cáspio. Como sempre, quero enfatizar que ao relembrá-los eu o faço com grande gratidão. Nós temos que ser gratos a eles, pelo uso de seus conhecimentos e de suas habilidades na descoberta das imensas reservas de petróleo do Mar Cáspio.

Este foi o panorama que se encontrava diante de nós. Contudo, só existia o panorama em si, o que sempre parece mais atrativo do que a realidade. A verdade é que trazer este panorama à realidade foi uma tarefa muito mais difícil. Para isso, em 1994 nós estabelecemos uma política petrolífera que atendia à nova realidade do Azerbaijão como país independente. Dentro desta política, foi detectado que usando seus próprios recursos e equipamentos o Azerbaijão não seria capaz de explorar por si só suas imensas reservas de petróleo e gás natural. Constatamos que era necessária a participação de especialistas com muita experiência nesta área. Verificamos que era preciso estabelecer cooperação com países e empresas que possuiam os recursos e as condições necessárias, bem como os equipamentos e habilidades para tal empreitada. E foi exatamente isso que fizemos.

De fato, estávamos diante de uma ambiguidade. Algumas pessoas no Azerbaijão perguntavam porque precisaríamos da ajuda de companhias estrangeiras para o desenvolvimento da indústria petrolífera e em quais as áreas essa cooperação seria necessária. Naturalmente, estas eram pessoas que não tinham a menor idéia dos recentes avanços mundiais. Por isso, optamos por não nos alinharmos com tais opiniões. Nós estávamos cientes destes avanços nas áreas de pesquisa e tecnologia no campo da indústria petrolífera e de gás natural. E por este motivo, convidamos a maiores corporações mundiais de petróleo para virem ao Azerbaijão e a investirem aqui. Em primeiro lugar, queríamos que colocassem aqui seus capitais, mas não apenas isso, queríamos também que utilizassem suas experiências, equipamentos e tecnologia de ponta que julgamos ser de fundamental importância. Isto era o cerne da nossa política petrolífera. Hoje esta política já tem 8 anos e um balanço geral dela demostra que ela está certa. A política petrolífera do Azerbaijão foi estabelecida de maneira correta e por isso já produz resultados positivos.

O primeiro passo neste sentido foi a assinatura do contrato de exploração conjunta as reservas "Azeri", "Chirag" e das áreas em águas profundas da reserva "Guneshli" com algumas das grandes companhias mundias de petróleo em setembro de 1994. Nós conseguimos isso e hoje queremos relembrar estes fatos. O dia 20 de setembro de 1994 é um dos dias mais marcantes da história do Azerbaijão. Foi nesse dia que lançamos os fundamentos para a concretização da política petrolífera que haviámos apenas colocado no papel. Nós não erramos. Nós estávamos no caminho certo, e desde aquela ocasião estamos na trilha correta.

Contudo, como é do conhecimento de todos, esta não foi uma tarefa fácil de ser levada adiante. Existiram vezes que muitas pessoas criaram obtáculos neste sentido. Alguns países se opuseram ao projeto, com a desculpa de que os setores do Mar Cáspio e os princípios para seu uso não tinham sido delineados. Eles sabotaram a obra, e algumas destas sabotagens se tornaram públicas. Tudo isso conduziu a atos de terrorismo no Azerbaijão e a tentativas de golpes de estado no país. Nós enfrentamos todos estes terríveis eventos e pressões que se extenderam por um ano inteiro. E estas pressões ainda existem até ao dia de hoje. Contudo, o Azerbaijão independente não abandonou nem questionou a opção democrática que havia feito. O país consistentemente seguiu e esta seguindo nesta trilha.

Em cooperação com as companhias estrangeiras, que conosco forma a Companhia Operacional Internacial, em 1997, fizemos as primeiras extrações da reserva "Chirag". Estas primeiras extrações coincidiram com a conclusão das obras de um oleoduto exportador usando a rota norte. Depois, em 1999, nós construimos um outro oleoduto usando a linha oeste, o oleoduto Baku - Supsa que vai até a este porto georgiano no Mar Negro. Todo esta obra foi um trabalho de parceria. Nós sabíamos que se não pudéssemos exportar nosso petróleo, ele não teria valor nenhum. Nós realizamos tudo isso.

Cerca de 14 milhões de tonelas de petróleo já foram extraídas e exportadas da reserva "Chirag" até ao dia de hoje. As companhias incluídas no Consórcio já estão colhendo lucros deste contrato, assim como também a Companhia Estatal de Petróleo do Azerbaijão.

Nossa iniciativa atraiu atenções ao Mar Cáspio. Essa iniciativa e seus resultados positivos convenceram muitas companhias petrolíferas do mundo de que existem oportunidades reais de investimentos no Azerbaijão e muitas ofertas de investimentos tem constantemente sido feitas ao país. Nós assinamos 21 novos contratos nos últimos anos. Nós temos contratos com 30 companhias de petróleo de 14 países diferentes. O volume total de investimentos projetado nestes contratos é da ordem de 60 bilhões de dólares.

Recentemente ouvimos um relatório da Companhia Operacional Internacional, sob a supervisão da "BP", sobre as atividades por eles realizadas no campo petrolífero "Shahdeniz". O relatório revelou que a "BP" (British Petroleum), uma da maiores empresas petrolíferas mundiais, decidiu fazer um investimento adicional no projeto da ordem de 8 bilhões de dólares, enfatizando que em nenhum outro lugar do mundo a BP jamais fez tamanho investimento. Este trabalho está sendo levado adiante, o que assegura ainda maiores sucessos no futuro.

Nosso segundo contrato diz respeito ao campo petrolífero "Shahdeniz". O volume de gáz encontrado naquela reserva superou nossas expectativas. Eu me lembro muito bem disso; era 4 ou 5 de junho de 1996. Por ocasião desta exposição, no segundo dia, nós assinamos o contrato de petróleo e gás natural relacionado ao campo petrolífero "Shahdeniz". Naquela ocasião muitos se opuseram ao projeto. Contudo, nossos petroleiros, geologistas e os especialistas da BP e de outras companhias, que já haviam trabalhado conosco naquele campo, declararam que as atividades na área seriam viáveis.

Eu acho que não preciso repetir que as companhias petrolíferas experientes sabem muito bem onde é possível investir seus capitais. Se eles duvidarem da viabilidade de um investimento eles jamais o fazem. E nós compartilhamos com eles da mesma opinião. Contudo, naquela ocasião tanto nós como também a BP e outras companhias jamais poderíamos imaginar que o volume de gás encontrado iria exceder a todas as previsões.

Eu me recordo quando repetidamente perguntei ao nosso experiente geologista Khoshbaht Yusifzade, que se encontra conosco aqui, qual seria a quantidade de gás existente na reserva "Shahdeniz". Ele me respondeu: "Cerca de 400 bilhões de metros cúbicos". Então eu perguntei: "Este volume não poderia ser maior?". Ele falou: "Não, não pode ser mais que isso". Contudo, depois que os trabalhos de perfuração foram iniciados, uma nova estimativa revelou a existência de mais de 1 trilhão de metros cúbicos de gás naquela área. E estes ainda não são os números finais. As companhias responsáveis pelas obras são muito cautelosas quando falam sobre estes dados. Elas tendem a fornecer números um pouco abaixo dos previstos para não serem acusadas de descobrirem um volume menor do que haviam previsto. Para nós isto não faz a menor diferença. Que faça aparecer lá este 1 trilhão de metros cúbicos de gás! O fato é que não existe dúvida alguma de que este 1 trilhão de metros cúbicos de gás exista na reserva e eu acho que este número pode até ser maior.

Existem também outras reservas. Por exemplo, atualmente a empresa "Chevron" está trabalhando no campo petrolífero "Absheron". Os diretores da "Chevron" afirmaram que eles me fornecerão dados que mostram que números que ultrapassam os da reserva "Shahdeniz". Eu estou aguardando com expectativa um relatório oficial das atividades.

Assim, imensas oportunidades tem surgido em um curto período de tempo no setor azerbaijano do Mar Cáspio. Eu acho que o principal mérito do Azerbaijão e também desta oitava exposição "Petróleo e Gás do Mar Cáspio" é que estamos revelando a existência de muitos outras reservas de petróleo e gás natural não apenas no setor azerbaijano, mas também nos setores de outros países da bacia do Mar Cáspio.

É preciso dizer isso claramente porque muitas pessoas não sabiam disso. Contudo, o trabalho realizado pelo Azerbaijão e os seus resultados inspiriou estes países e eles tem se enganjado nesta atividade. As empresas estrangeiras chegaram neste países e já começaram a trabalhar em parceria com eles. Por exemplo, agora foi descoberto uma grande reserva petrolífera denominada "Kashaga" no setor Mar Cáspio pertecente ao Cazaquistão. Eu estou muito feliz por isso. Por causa da corretas informações, fornecidas no tempo exato pelos nossos pesquisadores descobrimos imensas reservas de petróleo e gás natural no Mar Cáspio. E por causa da iniciativa do Azerbaijão, através de pesquisas e mapeamento de reservas, o Mar Cáspio é hoje reconhecido como um das maiores regiões petrolíferas do mundo.

Atualmente vários orgãos em diversos países estão publicando artigos com o propósito de prejudicar o Azerbaijão e aos países da bacia do Mar Cáspio como um todo. A principal acusação é que as previsões de volume petrolífero na área estavam erradas e que supostamente os resultados alcançados estão muito abaixo do previsto. Que eles reclamem e se queixem; para nós isto não faz nenhuma diferença. Nós sabemos que resultados alcançamos e os que não alcançamos. É possível que nem tudo o que foi previsto seja concretizado. Por exemplo, é possível perfurar um poço e não encontrar petróleo lá. Contudo, é possível também que se o poço for perfurado um por mais adiante, o petróleo seja encontrado lá. O mais importante é que em todas estas áreas foi feito um trabalho de mapeamento correto. Se em uma área não existir petróleo, é possível que exista em outra. Isso foi corretamente delineado pelos pesquisadores e petroleiros azerbaijanos.

Assim, como eu destaquei antes, esta oitava exposição em Baku não é acidental. Porque, antes de mais nada, a bacia do Cáspio já é conhecida como sendo uma das regiões do mundo mais ricas em petróleo e gás natural. Em segundo lugar, porque o início do trabalho foi levado à cabo pelo Azerbaijão, e por isso mesmo não é por acaso que exposição tenha sido iniciada e realizada todos os aqui. Já estamos no oitavo ano da exposição, que com certeza continuará no futuro.

A segunda parte da questão está relacionada à extração e exportação de petróleo e gás natural. Eu já mencionei que nós criamos todas as condições às exportações na fase inicial do projeto dentro dos prazos com a construção dos oleodutos Baku - Supsa e Baku - Novorossiysk. Mas estes oleodutos foram construídos apenas para a fase inicial do projeto. Eles não são capazes de transportar um volume grande petróleo. Por isso, na assinatura do contrato em 1994 nós incluímos uma cláusula que previa a construção de um oleoduto então denominado Baku - Ceyhan, que agora é chamado Baku - Tiblis - Ceyhan.

Desde aquela época nós temos trabalhado arduarmente para a construção do oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan. Se existiram forças contrárias à política petrolífera do Azerbaijão, existiram ainda mais pessoas que se opuseram à construção do oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan. Porque estávamos firmemente determinados a extrair o petróleo azerbaijano, existiram aqueles que queriam impedir nosso trabalho. Contudo, eles não lograram sucesso nas suas tentativas e nós começamos a extrair o gás e o petróleo. Mas o valor destes produtos seria praticamente nulo para nós se não fosse possível a sua exportação. Os nossos oponentes não queriam, por exemplo, que o petróleo fosse exportado usando esta rota, mas sim que utilizássem uma outra rota. Contudo, desde o início nossa decisão foi que o oleoduto exportador seria o oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan. Nós firmemente tomamos esta decisão. Esta posição foi aceita pela Turquia e também pela Geórgia. Com grande satisfação, quero dizer que as grandes companhias petrolíferas em atividade no Azerbaijão e seus respectivos países - os Estados Unidos da América, a Grâ - Bretanha, a França e outros países europeus - todos apoiaram a utilização desta rota. Sem o apoio deles, posso afirmar seguramente que seria muito difícil a implementação deste projeto. Para falar a verdade, o projeto seria implementado, mas seria muito difícil.

O oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan passou por muitos testes. Finalmente, em 1999 o documento final foi assinado em Istambul. Depois disso, um grande trabalho financeiro de de engenharia foi realizado. As obras do projeto já estão em andamento de acordo com a previsão e do cronograma previamente estabelecido. Eu creio que, em 2004, o petróleo Azerbaijano, extraído em um projeto de parceria com as empresas estrangeiras no Mar Cáspio, atravessará a Geórgia até a cidade de Ceyhan, portuaria turca no Mar Mediterrâneo.

Eu acho que não enfrentaremos mais nenhum problema. Com a firme adesão da Turquia e da Geórgia ao projeto eu penso que o oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan será concluído dentro do prazao previsto.

Como vocês podem ver, a vida é cheia de novidades e de novos acontecimentos. No início das obras no campo petrolífero "Shahdeniz" nós sabíamos que encontraríamos mais gás do que petróleo. Mas não sabíamos que isto seria em tamanha quantidade. Agora estamos enfrentando a questão de como exportar este gás. Temos certeza de alguns fatos. A Turquia tem uma grande carência de gás, assim como a Europa. O gás também é uma necessidade na Geórgia. Consequentemente, nós vimos a necessidade de construírmos um gasoduto paralelo ao oleoduto Baku - Tiblis - Ceyhan até à fronteira com a Turquia. Nós já inclusive iniciamos as obras neste sentido. Esta conosco aqui o ministro da Turquia com quem estive, em uma visita oficial em Ancara em março. Naquela ocasião, nós assinamos um acordo entre o Azerbaijão e a Turquia para a venda de 6 bilhões de metros cúbicos de gás àquele país, que serão extraídos na fase inicial da reserva "Shahdeniz". Agora este acordo como esse precisa assinado com a Geórgia. Eu acho que isto será feito em um futuro próximo e que precisamos começar a trabalhar neste sentido. Nós assumimos um compromisso de que o gás natural da reserva "Shahdeniz" serão entregues à Turquia em 2002. Consequentemente, não podemos perder tempo. A assinatura dos acordos e a solução de outras questões tem que ser resolvidas rapidamente para que o trabalho de construção possa ser iniciado.

Estas são nossas primeiras conquistas. Elas nos inspiram e nos trazem grandes expectativas. Elas nos abrem muitas perspectivas. E isto não apenas para o Azerbaijão mas para todos os países da bacia do Cáspio e para o mundo inteiro.

Nós ouvimos a mensagem de congratulação do Presidente dos Estados Unidos senhor George Bush com grande satisfação.

Nós também ouvimos a mensagem de congratulação do Primeiro Ministro da Grã - Bretanha, senhor Tony Blair. Eles mostram muito interesse e valorizam muito este trabalho; isto nos anima bastante a continuar adiante. Eu também estou consciente do apoio que nos deram até agora, e não apenas da parte deles, mas também do vice ministro da França que hoje discursou aqui neste plenário. Eu estou ciente do auxílio que estes países tem fornecido a este trabalho.

O Irã possui uma cota de participação na reserva petrolífera "Shahdeniz" e vai obter lucros com ela. O embaixador do Irã está conosco e também participa desta conferência. Consequentemente, temos que agilizar logo a construção deste oleoduto para que vocês usufruam dos seus lucros. O Irã também possui ações em outros contratos.

Eu quero repetir que não apenas as questões de ordem material do Azerbaijão estão sendo solucionados, mas também assuntos de natureza estratégica para toda a região como a segurança, por exemplo, estão sendo resolvidos. Estamos também lançando os fundamentos para atender às crescentes demandas de petróleo e gás natual de alguns países, particularmente dos países ocidentais.

A implementação do programa, que foi iniciado em 2001, será realizada em um período entre 15 - 20 anos e naturalmente criará grandes inovações. Tudo isso foi projetado pelos países e pelas pessoas envolvidas nestes contratos e nas atividades relacionadas à eles. Consequentemente, isto mostra uma vez mais que a política petrolífera adotada pelo governo azerbaijano está correta.

Quero declarar que daqui em diante nossa atividades serão conduzidas de acordo com os requerimentos de cada estágio do projeto. Nosso relacionamento com as companhias e com os países que cooperam conosco neste projeto tem se estreitado muito e tem melhorado bastante. Naturalmente, todos os países levam em consideração seus interesses comerciais nas relações internacionais. Eu concordo plenamente com isto. Contudo, tais interesses não devem ser apenas os de ordem comercial.

Se as relações comerciais entre dois países é são grandes e intensas, as de ordem politíca e humanitária, por exemplo, deveriam também acontecer neste mesmo nível. Elas não podem se opor uma à outra. Esta é a nossa opinião. E eu acho que tudo o que falado hoje aqui pelos nossos convidados e o teor das mensagens de congratulação que recebemos é uma prova evidente do que estou me referindo.

Esta exposição cresce a cada ano. Na primeira exposição, tivemos a participação de 150 companhias de 12 países diferentes. Este ano a participação é cerca de 340 empresas de 25 países diferentes. Vejam quantos são! Quando eu cheguei, a senhora que está responsável pela exposição me disse que um terço das companhias representadas na exposição participam pela primeira vez do evento. Não são apenas as empresas de petróleo que atuam no Azerbaijão. Existem outras muitas empresas no país. Por exemplo, quero citar o exemplo da Noruega. A Noruega tem uma empresa aqui, a "Statoil" que atua ativamente. Mas, junto com ela, um grande número de empresas norueguesas estão envolvidas em outras atividades importantes, como por exemplo a companhia "Kverner" e outras empresas. A senhora responsável pela exposição mencionou o nome delas aqui. Um grande número de empresas americanas e britânicas também trabalham aqui. Elas não estão envolvidas diretamente com o petróleo.

A extração de petróleo requer uma grande quantidade de trabalhos técnicos e de diversas outras categorias. Aqui existem companhias especializadas que atuam em cada uma destas áreas.

Hoje temos no Azerbaijão um sem precedente número de companhias e cidadãos de vários países do mundo que trabalham conosco. Isto expande e fortalece nossas relações comerciais, políticas e sociais. Isto nos une e promove uma troca de experiência, que por sua vez, atrai um número cada vez maior de pessoas. O século XXI precisa ser um século em que as pessoas vivam em condições de paz e prosperidade. O século XXI precisa ser um século em que as pessoas estabeleçam relações calorosas, sem qualquer discriminação contra nacionalidade ou religião. Isto é uma exigência da civilização. Cada país, cada empresa e cada cidadão deveria atuar neste sentido.

Eu quero agradecer aos organizadores desta exposição. Quero congratular a todas companhias participantes nesta exposição e que conquistaram o privilégio de mostrar suas atividades aqui. Quero desejar todo sucesso nesta exposição e na conferência que será realizada logo em seguida.